terça-feira, 13 de abril de 2010

Interrupção das Partes -

Eu estava aqui fazendo uma limpa no meu computador quando encontrei alguns áudios que faço quando estou com preguiça de escrever (geralmente porque já estou deitada para dormir e não há papel e caneta a mão).
Encontrei o seguinte:
"A pseudo-dor de uma vero-perda.
Foram X meses, X dias, X horas ou até X minutos.
Foi este o tempo que durou esta lenta perda.
Foi um sofrimento gradual, incontrolável, inigualável.
Depois que a perda ocorreu de fato, passei a prezar tanto o futuro na esperança de que esta dor diminuísse gradualmente.
Mas ao mesmo tempo, este esperançoso futuro representa um pouco de medo,
porque ele também representa um distanciamento do passado.
E este distanciamento significa um distanciamento também das lembranças
Um distanciamento da figura, da memória, do rosto, dos momentos.
E esta lembrança é exatamente o que eu não quero perder.
E o futuro representa exatamente isso. Mesmo ele representando uma futura cura para a dor atual, não acredito que o esquecimento compense parar de sentir dor."

Referia-me a perda do meu pai (pra quem já leu postagens anteriores, sabe que é meu pai de segunda geração, meu avô a quem me refiro).
Hoje, passados quase 2 anos (exatamente 1 ano, 9 meses e 19 dias), a dor diminuiu, mas o tal esquecimento mencionado não chegou. Ele ainda está presente em minha vida diariamente. Seu rosto não foi esquecido. As lembranças tampouco. Mas de alguma forma, deletei seus últimos dias de vida, deitado na cama do hospital, sem forças para falar, para respirar, para expressar. O que consigo lembrar dele são memórias boas e felizes.
Acho que estava errada... e espero que continue assim.

Forte abraço!!!

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