quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Volubilismo

Sim, eu sei. Sou inconstante, sou variável. Não sei se por hoje ser o penúltimo dia do ano, esteja me sentindo tão volúvel. Acabei de reler meus últimos posts. Sim, coisas tristes, sentimentos frustrados, incompletos e duvidosos. Acima de tudo, sentimentos descrentes. Aliás, descrente de coisas boas, e absolutamente crente da dor.
Enfim, acabou que hoje acordei bem. Resolvi olhar à frente. Tentar olhar o depois de amanhã. O tal dia primeiro. O tal primeiro dia do ano. De um novo ano, outro ano. Sim, 2009 foi um ano ímpar. Em ambos os sentidos. E 2010 será, quase quase já é, um ano par. Analisando agora, alguns anos pares foram anos de descobertas em diferentes áreas na minha vida(2000, 2004, 2006 entre outros). De novos empregos... quem sabe observar e esperar por essa perspectiva não seja uma boa ideia. Uma menos-pior ideia. Não sei exatamente o que esperar de 2010. Não sei mesmo. Estou focando tanto em não receber energias más que estou esquecendo-me de focar no que eu quero de bom. Tenso. Acredito que 2010 será uma verdadeira caixinha de surpresa. Até aí já consigo enxergar. Agora, mudar o foco.
Aguardo boas vibrações!!
Forte abraço!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sensações...

Hoje enquanto fazia pilates tive aquela sensação de formigamento no ante-braço... foi foda, foi tenso, mas não foi ruim! Foi estranho, mas não ruim. No caminho de volta do pilates pra casa, de bicicleta, comecei a pensar em diversas sensações que temos, e resolvi escrever aqui algumas, boas ou ruins...
Quando estou esperando um telefonema e o telefone toca... sensação de frio na barriga...
Sensação de água no ouvido pós-caixote na praia...
Espreguiçar...ao acordar...
Espirrar com vontade!!!
Bocejar na hora errada... ai ai ai... já me custou muitas risadas ou pessoas me encarando...
e rir na hora errada??? que sensação!! gargalhar então...
Receber um bom dia cheio de energia depois de acordar de mau-humor! Me põe um puta sorriso no rosto! Me quebra em mil pedaços.
Querer fazer xixi e não poder... pqp!
Cansaço depois de fazer exercício... qualquer que seja o exercício!! Aquela sensação de incapacidade, de inabilidade de fazer qualquer coisa que não seja apenas respirar...
Receber inesperadamente uma notícia ruim... a sensação de perder o chão, sensação absoluta de impotência.
Sensação de ouvir a música que você mais ama várias, e várias e várias vezes....
Contemplar uma bela vista... sensação de conseguir enxergar o infinito!
Pedalar ouvindo uma boa música e assobiar sem parar!! Sensação de passar numa multidão mesmo assim se sentir sozinha!
Chegar exausta em casa, suada, sem forças para nada... querendo um banho e cama! Na hora que entro debaixo do chuveiro descubro que estou sem água em casa... PQP. Sensação de raiva, de querer gritar com o mundo, pois aparentemente, não há culpados que merecem meus gritos...
Calor infernal, numa praia lotada... sair correndo pra mergulhar, e quando entrar no mar, descobrir que a água está morna... alívio zero!
Morrendo de sede, pegar seu copo e descobrir que alguém tomou o último gole... santa frustração!
Sentir coceira num local do corpo que você não alcança!! Você se esfrega na parede, na cadeira, no que estiver ao seu alcance!!
Sensação de ouvir EU TE AMO pela primeira vez...
Sensação de ver neve pela primeira vez...
Sensação de ver o mar pela primeira vez...
Sensação de decolar pela primeira vez...
Sensação de descobrir que você tem medo de altura!
Descobrir um dom! Isso é BOM DEMAIS...
Sensação de ir além do que você esperava...

Enfim, a vida é feita de sensações. Aproveite cada uma sempre como se fosse a última. Sentir medo, alegria, tristeza, frio na barriga, sentir qualquer coisa é bom. É um sinal de vida.

Espero que 2010 seja um ano repleto de sensações... mais boas que ruins...
Beijo a todos! Forte abraço!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Espírito Natalino

Hoje é natal. Hoje é dia 24 de dezembro.
Não sei porque exatamente essa data não significa tanto pra mim. Fui criada num ambiente católico, porém não radical. Não sei se sinto falta do espírito natalino infantil, pois não me lembro tão bem assim.
Me lembro exatamente do natal em que descobri que papai noel não existia, assim como também me lembro da farsa do coelho da páscoa. A descoberta da não-existência do papai noel me chocou bem menos do que do coelho da páscoa, PASMEM! Acho que talvez pelo fato do papai noel ter uma imagem humana... não me impressionou descobrir que alguém com figura humana não era real. Mas descobrir a não-existência do coelho da páscoa, aquela figura animal e mágica... foi na verdade um divisor de águas entre a realidade e a ficção. Descobrir que a tal figura não-humana e mágica, que colocava ovos coloridos por todos os cantos simplesmente não existia foi uma puta frustração! Sim, as coisas mágicas são inventadas! Isso doeu muito.
Mas voltando a noite de natal... se não me engano, era 1986, tinha 6 anos já completos, e estava passando natal em Los Angeles na casa dos meus avós paternos. Toda minha família direta (mãe, pai - ainda casados - e irmã) estava lá, sem contar com avós e alguns tios. Era uma casa enorme, com jardim na frente e atrás. Tinha dois andares, e nos andares de cima ficavam os quartos. Minha avó paterna sempre gostou muito de enfeitar a casa com ornamentos natalinos. A árvore era IMENSA, mesmo. Não porque eu era criança, era grande até para os adultos. Gastavamos dois dias para montá-la e enfeitá-la. E os presentes só eram colocados na noite do dia 24, conforme a lenda do papai noel, o velhinho simpático e onipresente, com barba e cabelos brancos e roupa vermelha (graças a Coca-cola, diga-se de passagem, pois sua roupa original na lenda era azul...). Jantamos mais tarde do que o normal nesse dia 24. Era uma noite fria, lembro-me bem. Depois do jantar, saímos para o frontyard para olhar as outras casas, a iluminação e ornamentação natalina do resto do condomínio. Por alguns instantes, olhamos para o céu, e algo incrível aconteceu! Uma luz piscante e diferente cruzou o céu. É sério! Lembro-me do meu pai me dizendo que era o trenó do papai noel. Aquilo me encheu a alma com esperança e alegria. Foi uma sensação que me tirou os pés do chão! Não duvidei nem por um segundo que poderia ser outra coisa! Lembro-me que abracei minha irmã e cochichei no seu ouvido: Di, era papai noel! Vamos colocar os cookies na meia pra ele!
Não sei se ela lembra disso... ela tinha apenas 4 anos. Mas me lembro bem, como se fosse ontem!
Enfim, depois desta linda imagem do papai noel cruzando os céus de LA, as crianças, Di e eu, fomos deitar para "dormir". Eu, naquela exitação só, estava uma pilha de nervos, me deitei na cama e fingi estar dormindo. Algumas horas mais tarde, ou talvez apenas uma hora mais tarde, me levantei sem emitir qualquer som, e fui ver se a árvore já estava completa, e ver se a meia do papai noel já estava vazia! Queria saber se ele já tinha passado pela nossa casa! me agarrei no corrimão da escada, em silêncio, e escutei vozes e barulhos no andar de baixo. Pronto! Não acreditava que papai noel estava na casa na hora que resolvi descer!!! Era muita emoção! Com cuidado para não assustá-lo fui descendo bem devagar, tentando espiar pelos vãos do corrimão. Puta que pariu! Meu coração estava disparado, parecia que ia pular pela minha boca. Fui descendo devagar.... prendi minha respiração. Quando finalmente soltei o ar, olhei e vi: não era papai noel. Era meu pai, minha mãe e minha avó colocando os presentes na árvore. Não falei nada e voltei pra cama. Não quis que minha irmã tivesse aquela frustração, aquela sensação de perda de crenças. Não contei nada pra ela, nem sequer a acordei. Foi muito difícil voltar a dormir, pois ficava tentando imaginar o que seria aquilo que vi cruzar o céu. Foi horrível. No dia seguinte, pela manhã como de costume, abrimos os presentes. Não estava animada como sempre, pelo contrário, abri os presentes de maneira apática e em silêncio. Agradeci todos os presentes, e, depois do almoço, contei pro meu pai a triste cena que tinha visto de madrugada. Foi o fim do espírito natalino pra mim.
Agora, a história do coelho da páscoa, vai ficar pra outro dia... ok? Uma frustração por post! Por favor!
Beijo carinhoso a todos, e um feliz natal.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Tradições

Certa vez li que era muito importante manter tradições, quaisquer que fossem, em qualquer âmbito: familiar, cultural, religioso, etc. Depois, li, já na adolescência, que o importante era quebrar tradições, quaisquer que fossem, em qualquer âmbito. Rebelar-se e impor-se é mais importante do que simplesmente aceitar certas coisas como verdades absolutas.
Hoje em dia, discordo de ambas as afirmativas acima. E devo isso puramente à minha família.
Permita-me ser mais clara: na minha família, nós inventamos tradições. Não quebramos, nem necessariamente seguimos. Apenas inventamos diariamente novas tradições, sem quebrar as antigas. Isso é uma delícia!!
Por exemplo: árvore de natal na casa da minha mãe tem chinelos havaianas penduradas! Isso é o máximo! Virou tradição! Não necessariamente seguimos essa tradição todos os anos, mas virou tradição!
Outro exemplo, também natalino (desculpa, mas estou no pseudo-espírito...): no natal da vovó, que NUNCA é no dia 24, nem dia 25... as vezes ocorre em datas bem distantes do próprio natal, pois o importante é reunir independente da data, criamos a seguinte tradição no ano passado: ao longo do ano, depositamos moedas dentro de um porquinho-cofre. Sem restrições de quantidade ou tipo de moeda. Vale desde 1 centavo (embora fora de circulação) até um real. Só não valem notas. Apenas moedas. Então, depois do porco bem gordo e pesado, na noite do nosso natal, cada um de nós especula quanto dinheiro tem lá dentro, anotamos direitinho no papel, quebramos o porco (parte mais divertida!!!), e começamos a contar! É o máximo! Todos interagem, contando ou vigiando, anotando, enfim! Uma brincadeira que virou tradição! (PS. esse ano, EU ganhei as moedas! yupppiii!!!)
Outra tradição é jogar mímica com nomes de filmes na noite de natal! Depois de biritar, é claro! Senão, não tem graça!!
Enfim, acordei pensando nisso, e achei gostoso compartilhar isso com vocês!!
Forte abraço, e até breve, bem breve!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Retrospectiva do meu 2009...

Estava eu, cá pensando com meus botões agora pouco, e comecei a fazer uma retrospectiva do meu ano para tentar chegar no balanço final, e eis o que descobri. Vamos por etapas, mês a mês:
Janeiro:
Virada do ano (08-09) em Zurich, com pessoas que amo. Muita birita, o que indicava que o ano não seria muito diferente... (e não foi!).
Falecimento do querido primo Edu. Pior notícia do ano. Dói e pesa muito ainda.
Fevereiro:
Carnaval legal com pessoas que amo.
Falecimento da minha avó paterna.
Volta às aulas (bom! muito bom!).
Março:
Alguns reencontros que pesaram no ano. Bom.
Abril:
Provas. Tenso, mas bom.
Maio:
Meu aniversário... ok
Junho:
Um ano que vovô faleceu - mês triste.
Julho:
Casório da Di!!!! Demais! Muito bom! Melhor dia do ano!
Férias da faculdade. Bom
Agosto:
Ilha Grande! Viagem fantástica de aniversário de 30 anos do Kiko! Muito muito bom!
Volta as aulas.
Setembro:
Provas.
Outubro:
Conheci o Thierry, filho da Ciça (prima). Trouxe muita alegria para família. Bom.
Novembro:
Viagem para New York! Muito bom!
Falecimento do Tio Maurício. Desestruturou a família. Muito muito triste.
Decidi qual será meu projeto final da faculdade baseado num projeto de pequisa que fui muito bem, e muito elgoiada. Muito bom.
Dezembro:
mês corrente, prefiro não comentar ainda.
Apenas uma coisa MARAVILHOSA COM CERTEZA: FLAMENGO É HEXA-CAMPEÃO BRASILEIRO! Isso trouxe alegria!

Acho que na balança final, como as coisas ruins foram MUITO ruins... fico com um pouco de receio de chegar a uma conclusão. Apenas foi um ano difícil, com várias provações e dores. Obstáculos sempre estarão presentes, isso é um fato. Apenas gostaria que fossem mais espaçados, que a vida nos desse um pouco de tempo para respirar as vezes. As vezes acredito fortemente na expressão "when it rains, it pours!". Nunca nada ruim vem sozinho... sempre uma porrada seguida de outra. Só espero que depois disso (sim, acredito que "já deu de merda"!), a turbulência vai passar, as águas ficarão mais calmas.
Não estou pedindo coisas boas. Apenas não quero as ruins. 2010 pode até ser apático. Sem grandes coisas. Apenas calmo. De paz.
Isso. É PAZ que desejo a todos em 2010. Se quiserem mais, façam por onde! Mas eu apenas desejo a paz.
Abraços.
Desabafo foi muito bom.

2009/2010

Este ano foi bastante difícil para mim, em especial para minha família. Me deixou extremamente descrente de muitas coisas, exceto à lei do retorno (parcialmente falando). Ainda acredito fortemente no "fazer bem" e receberás o bem também. Só que agora, só acredito na primeira parte da frase: continuarei a fazer e praticar o bem, só que sem aguardar nada, absolutamente nada. Isso foi o que este doloroso ano de 2009 me ensinou.
Perder entes queridos é uma tarefa muito difícil, e para encarar de maneira menos pior, prefiro acreditar que são provações para ver até onde aguentamos. É como se algo estivesse me (nos) testando, me (nos) empurrando até nosso limite, para então me (nos) ensinar que sim somos fortes e sim aguentamos além do que projetamos.
A cultura ocidental não nos prepara para a perda. Não nos ensina a lidar com a morte. Nos ensina sim que é algo doloroso, mas não explica que faz parte do processo da vida. Nos ensina basicamente a chorar por uma perda, a sofrer com uma perda, mas não compreender uma perda.
Culpo a cultura ocidental pelo meu (nosso) sofrimento de 2009.
(Na verdade, preciso culpa alguém ou algo...senão fica difícil acreditar que o próximo ano que está por chegar será de fato melhor...)
Abraços e espero retornar antes do ano acabar.