terça-feira, 31 de março de 2009

Voltar a estudar precisa de motivos?

Na verdade não há resposta correta para esta pergunta.
A vida é feita de escolhas (impostas ou não), escolhas são feitas de estímulos (internos ou externos) e os estímulos, pessoalmente, não precisam de absolutamente nada. Talvez são motivos sem explicação, os estímulos que se sente, os não são palpáveis, os que são "abstratos", os que te guiam, por vezes até na direção contrária.
No meio do ano passado (2008) resolvi voltar a estudar. Com certeza não foi o ambiente que me motivou, mas a idéia 'voltar' a desenvolver questões dadas. Poderia voltar a estudar sozinha, apenas lendo o que de fato me interessasse, mas eu precisava de algo além da motivação pessoal.
A princípio tive medo de tomar esta decisão, pensei na possibilidade de não me enquadrar no espaço universitário. Mesmo sendo comunicativa, não tendo vergonha de falar, questionar, conhecer o novo, achei que o próprio "espaço" poderia me desmotivar eventualmente. Talvez pela idade que estou. Não me levem a mal, sou nova, muito nova ainda... mas ainda me sinto deslocada no meio dos 18 anos geral deste espaço. Não acredito que tenha vivido o suficiente para dizer que não mereço estar ali, mas em contrapartida, já vivi bastante para me destacar em termos de experiência de vida. Isso é na verdade um benefício. E isso eu não tinha enxergado no momento da decisão.
Agora, quase 1 ano apenas de ter retornado a universidade, me sinto em vantagem, e não em desvantagem pela questão da idade. A mesma questão que tinha me criado dúvidas com relação a retornar ou não. Já não me sinto tão deslocada assim, e compreendi que mesmo quando EU mesma tinha meus queridos e revoltos 18 anos tinha algo para passar aos outros indivíduos, pois eu estou, pasmem!, aprendendo com estes queridos piralhos (não no sentido pejorativo, por favor!) coisas que eu não esperava. A experiência de vida não necessariamente é acumulada em termos de quantidade de anos adicionados ao seu registro de nascimento. É claro que ajuda, mas as vezes, para viver muito, basta querer. Pode-se viver em um ano, o equivalente a 10 na vida de outro indivíduo.
Hoje compreendo os meus 18 anos. E sinceramente, não gostaria de saber lá o que sei hoje, pois seria outra pessoa hoje. Fico hoje contente com meu passado, fico feliz em saber que cresci em tempo diferente de outros.
Atualmente estou com dificuldades em encontrar o que quero fazer profissionalmente. Está angustiante, confesso. Mas sei que lá na frente, como estou fazendo hoje reanalisando os meus 18 anos, estarei contente em ter tido dúvidas... pois estas me farão crescer. A impulsividade sempre foi uma marca, uma característica minha... hoje, já penso mais do que faço. Talvez a dúvida é um reflexo disto. Talvez, se fosse tão impulsiva ainda, não estaria com tantas dúvidas... mas tenho certeza de que estou mais feliz assim.
Beijos pessoal! Isto foi maravilhoso, um puta desabafo!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Além

"O forte me condiciona a ser fraca
e só então tenho motivo para fortalecer.
Crescer - Amar
além do esperado
esperando além do motivado
sem motivos para ser amado.
Profetas "apoéticos", poetas sem destino
choram no berço e pedem colo ao passado, como motivo de inspiração
para seguirem desesperados, frustrados e impotentes,
porém com significado suficiente
para seguir tornando palavras em sentimentos
... e vice-versa.
O verso contagia a emoção, tornando real o que às vezes,
nem os olhos conseguem transmitir ao coração.
Amam sem vergonha, admitem com receio, mas vivem sem medo,
pois escrever na primeira pessoa torna tudo muito pessoal
e confesso, ou confessam
que o impessoal fascina além do esperado
espera além do motivado
mas não precisa de motivos
para de fato ser amado."

Encontro Pessoal

"A metáfora é sempre um bom início
quando a dificuldade de expressão chega ao fim.
Dias sem escrever parecem um castigo
mas sem muita dor, o pensamento virou meu melhor amigo.
A escolha do momento certo
me faz parar de pensar, sem saber se realmente as palavras voltaram
ou ainda se voltarão...
Algum dia, eu sei.
Angústia aumenta no dia chuvoso,
sem muito o que fazer, cansei de pensar
nem tampouco quero falar.
De fato, quero escrever, sem ter que correr
na direção contrária.
O sentido está certo, mas e minha bússola?
não... não...
me falta algo - algo de fato me falta
cansei de buscar e o fato é que quero escrever!
será que me encontrei?"
(escrita em Outubro 2005)

Intenção

"Escorre uma gota de orvalho
no canto da tua boca,
ameaçando um sorriso.
A gota escorre e,
antes de cair, forma uma palavra
e dela
eu transformo poesia
Minha intenção era fazer-me sorrir
sem desfazer o teu sorriso."
(escrita em Agosto/2002)
"Não sou...
nem menina, nem mulher.
Não sou... não posso ser
Rotulada.
Sou eu
Não sou várias coisas
sou detalhes e de retalhos.
Sou o que sou
E o que sou?
Não sou... é fácil,
quem sou...
não sei.
Não sou de crise
de lua, talvez seja
apenas... fã!
De acordo,
não sou.
Sei que sou de VIDA
sou o que sou,
Feliz...
Incompleta,
Mente feliz."

Ponto. Ponto final.

"Contar histórias
revelar,
delatar,
deletar da memória.
O esquecimento nem sempre é o melhor
nem muito bem recebido,
ás vezes.
Horário de verão - cansaço
é a hora: 12:31
meia-noite
metade da noite
que será então TODA a noite?
sem sentido.
Como existir pelo meio
sem conhecer seu todo?
Observo,
me sinto...
Distante do culto,
real,
terreno...
que será?
onde estará?
Meu lugar não conheço.
Ponto.
Ponto final.
Foda-se
A vida resulta em uma busca,
a sua busca que no caso,
o acaso não pode existir,
pois minha busca é minha somente.
Ponto.
Ponto final.
Foda-se!
Preciso de mim, de me conhecer por inteiro.
Onde estarei?
Vou, talvez me achar
no próprio talvez.
EU, quem sou?
Me perdi nas palavras
minha ação não corresponde ao meu pensamento
Quisera eu, escrever com a rapidez talvez em que penso!
É muito,
e já chega!
Ponto.
Ponto final.
Foda-se.
12:38:
foi muito em muito pouco."